1652

Após a Restauração da Independência, D. João IV mandou uma linha de defesa da orla ribeirinha de Lisboa, que compreendia 32 fortes mas que não foram executados. Ela tinha origem na foz da Ribeira de Alcântara e terminava na Cruz de Pedra, em Xabregas, onde foram construídos dois baluartes entre eles o de Santa Apolónia. Em Alcântara chegaram a ser construídos outros dois baluartes, o do Sacramento junto ao Rio Tejo e o do Livramento um pouco mais a norte junto da Calçada do Livramento

Extracto topográfico de Alcântara e local da ponte em 1727. É visível a disposição dos dois baluartes, assim como a localização do Baluarte do Sacramento, entretanto desaparecido.
Fonte: http://historiaschistoria.blogspot.pt/2016/08/a-ponte-de-alcantara.html

Inicio do século XVIII

Alcântara tinha já 600 habitantes, basicamente divididos em dois grupos habitacionais: um deles situava-se ao longo de uma rua próxima do então Palácio Real de Alcântara, a residência régia de campo, actualmente a Rua 1.º de Maio, e o outro localizava-se próximo da ponte que deu nome a esta zona de Alcântara, actualmente as ruas Vieira da Silva e das Fontainhas.

1743 – 1750

Construção do Palácio das Necessidades, durante o reinado de D. João V.

Real Palácio das Necessidades em Lisboa (1866).
Fonte: Litografia de José Maria Brás Martins.

1755

Com o terramoto de 1755 alteraram-se as dinâmicas da cidade. Alcântara, Belém e a Ajuda, por terem sido zonas pouco afectadas com a catástrofe, tornaram-se momentaneamente o novo centro da cidade. O rei e o governo instalaram-se na zona da Junqueira, junto ao que restava do Palácio Real de Alcântara, e com eles a nobreza, o pessoal do paço, o funcionalismo público e todo o comércio, artistas e artífices que deles dependiam.

1780

Por volta deste ano a população da Freguesia de Alcântara já tinha crescido para 4769 pessoas (em parte beneficiada pela inclusão do território a leste da ribeira de Alcântara, que pertencia anteriormente à Freguesia do Senhor Jesus da Boa Morte). O desenvolvimento industrial desta região foi impulsionado pelo Marquês de Pombal que lá instalou algumas fábricas, entre as quais a Tinturaria da Real Fábrica das Sedas, explicando assim a fixação de população.

1788

Desde este ano que o Palácio das Necessidades, a Cova da Moura, a Fábrica Ratton e a Fábrica de Pólvora de Alcântara são abastecidos por um troço do Aqueduto das Águas Livres: o Ramal, ou Galeria, das Necessidades.

Abertura da avenida Infante Santo no local da antiga praceta do Aqueduto das Necessidades.
Fonte: Arquivo Fotográfico da C. M. L.; António Serôdio.

1801

A freguesia contava com 9830 habitantes.

Provavelmente foi nesta época que o Beco surgiu, talvez como um aglomerado de casas, eventualmente um abarracamento habitado por pessoas de menos posses e trabalhadores.

A proximidade de uma das portas da cidade, que serviam como fronteiras fiscais, ajudará a perceber a formação de um bairro dedicado ao contrabando .

Ponte de Alcântara e porta da cidade com respectivo posto fiscal.
Fonte: Desenho de Nogueira da Silva.

Maio de 1809

O Duque de Wellington escolhe o Palácio das Necessidades para sua morada, aquando da estadia em Lisboa como comandante do exército anglo-luso que combateu as tropas de Napoleão Bonaparte.

1828 – 1834

Guerra civil entre absolutistas e liberais.

1852

Criação da primeira Estrada da Circunvalação.

Começava junto da antiga porta fiscal de Alcântara e terminava na Cruz da Pedra junto a Santa Apolónia. O percurso acompanhava os muros da cidade que delimitavam os limites administrativos, fiscais e territoriais do Concelho. Dispunha de várias portas por onde entrariam as pessoas e as mercadorias tributadas.

1856

O Beco dos Contrabandistas aparece assinalado no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, de Filipe Folque.

O Beco dos Contrabandistas aparece referenciado no canto inferior esquerdo da imagem.
Fonte: Atlas da carta topográfica de Lisboa: n.º 48 (1856), de Filipe Folque.

1857

Em Maio de 1887 foi atribuída, por deliberação camarária publicada em Edital Municipal, a denominação de Rua dos Contrabandistas à artéria que se inicia junto do beco com o mesmo nome.

1887

Inicio da obra do Porto de Lisboa, no reinado de D. Luís I.

1910

O Palácio das Necessidades foi o último Paço Real em Lisboa, aquando da proclamação da República.

1922

São abolidos os limites fiscais do Concelho de Lisboa, sendo assim desactivados os postos fiscais nas entradas da cidade.